
" Eu acho que todos deveriam fazer versos. Ainda que saiam maus, não tem importância. É preferível, para a alma humana, fazer maus versos a não fazer nenhum. O exercício da arte poética representaria, no caso, como que um esforço de auto-superação.
É fato consabido que esse refinamento do estilo acaba trazendo necessariamente o refinamento da alma.
Sim, todos devem fazer versos. Contanto que não venham mostrar-me."
Mario Quintana
Tem gente que tem o dom da palavra. Não é o meu caso. Preciso me puxar nos argumentos para que me escutem com consideração. Tem gente que tem o dom da escrita. Este também não é o meu caso. Meu vocabulário é bem trivial e minha criatividade é curtíssima. Ainda bem que me sustento sem precisar dessas coisas.
O meu caso é de escrever o que me vem à cabeça. E isso faço não tem nem seis meses, só por aqui mesmo. É bom escrever sobre o que me vem à cabeça, tenho gostado bastante disso. Porém, eu queria escrever sobre tudo e poder emocionar as pessoas como eu me emociono com algumas coisas escritas. Ou pelo menos, pra não ser tão petulante, o que gostaria de escrever o que eu quizesse. Explicando:
Eu só escrevo sobre as coisas que me vem à cabeça e que me causar alguma sensação ou reação. Sempre sobre o que vejo hoje, sobre o que sinto hoje, sobre o que penso hoje. E preciso escrever rápido. Penso em alguma coisa interessante e tenho que correr, caso contrário, perco a inspiração do momento e foi-se, não consigo mais retormar aquela idéia. Nada de querer escrever sobre algo e ficar pra depois. Assim, por encomenda, só os textos quase técnicos que às vezes preciso entregar.
O que eu queria era poder escrever sobre tudo. Por exemplo, escrever sobre o que eu já vivi tempos atrás. Sobre as sensações que tive, as impressões que tive sobre o mundo, sobre antigas paixões e amores. Foram tantas inspirações que se perderam da minha cabeça. Que coisas interessantes poderia ter escrito sobre as viagens que fiz! Ou sobre as coisas que aprendi e as pessoas que conheci! Sobre o amor e suas dores... Grande tema inspirador! Tenho a impressão que, a depender do quanto já amei e do quanto já sofri por amor, poderia ter escrito até livros. Ouso dizer ainda que seriam bons livros, pois os amores foram fortes e foram lindos. Mas, não vou mais escrevê-los, pois já não estão mais na minha cabeça. Agora aquelas sensações antigas, tão ricas, tão inspiradoras, são apenas lembranças. Que pena! Sinto agora que cometo uma injustiça com o meu passado e escrevo isso como uma tentativa de redenção.
4 comentários:
Eu questiono muito essa coisa de 'dom da palavra', 'dom da escrita'. Acho que existe muito mais a disposição e a prática para ambos.
Nesses menos de seis meses, acho que tu ainda não desenvolveu a prática, tá tendo disposição sim, mas analisando pela tua lógica, com o olhar de quem lê, do lado de cá, poder-se-ia dizer sim, que tu tens o tal dom.
Ledo engano nosso. O que tens, o que temos, é o dom do sentir e esse sim, faz muito sentido e é o requisito indispensável para tal ato.
Aqueles que reivindicam demasiada técnica, apurado estudo, eu digo: arrogantes! Não diminuindo os tantos e tão perfeitos escritores que aliam a técnica ao sentimento e conseguem fazer de seus escritos imortais e parte de cada um que os lê. Mas questiono a medida da técnica diante do sentimento que os invade na hora de por em prática a receita do que querem elaborar.
Textos são feitos de alma. Pulsam as capilaridades quase-saguíneas que os emolduram. São esses os bons de ler.
São desses os que leio aqui...
Concordo com o questionamento aos dons e a relevância das técnicas literárias...mas que tu tens o dom da escrita tem sim...rsrssss
siga o Conselho do Mário. Escrevendo o que vem a cabeça é muito mais interessante. É por meio da escrita que nos libertamos.
Afinal, grandes pensadores escrevem o que pensam, ora quá!!
beijos
ah sim!! quem não tem dom da escrita, simplesmente não escreve!!
vc não acha?!!
Conforme o Mário não...todo mundo deve escrever. Bom, sim eu tô escrevendo, então é sinal que realmente todo pode.
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