
"Na ilha por vezes habitada do que somos, há noites,
manhãs e madrugadas em que não precisamos de
morrer.
Então sabemos tudo do que foi e será.
O mundo aparece explicado definitivamente e entra
em nós uma grande serenidade, e dizem-se as
palavras que a significam.
Levantamos um punhado de terra e apertamo-la nas
mãos.
Com doçura.
Aí se contém toda a verdade suportável: o contorno, a
vontade e os limites.
Podemos então dizer que somos livres, com a paz e o
sorriso de quem se reconhece e viajou à roda do
mundo infatigável, porque mordeu a alma até aos
ossos dela.
Libertemos devagar a terra onde acontecem milagres
como a água, a pedra e a raiz.
Cada um de nós é por enquanto a vida.
Isso nos baste." José Saramago
3 comentários:
Myrela,
eu e você
falamos de Saramago
e suas ilhas...
Bonita coincidência!
Um beijo,
doce de lira
Oi, Myrela. Seu comentário me chamou a atenção pelo modo como você se situa e se afirma. Gosto muito dessa segurança e de sinceridade. Como aqui, no blog - muito bom, por sinal.
Beijo.
Ah, Saramago...
Ele engole as minhas palavras.
Beijoca
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